Pages

domingo, 15 de setembro de 2013

Ah, as analogias...


Imagine um penhasco daqueles colossais. O amor é o abismo que vemos do alto dessa grande montanha. Quando nos apaixonamos, pulamos lá de cima, sem nos preocuparmos com o que há lá embaixo. Na verdade, ninguém realmente sabe o que há ali, o penhasco é deveras alto, as nuvens cobrem o abismo.
Mas todos nós buscamos a mesma coisa: a sensação indescritível de estarmos voando. Gostar de alguém nos deixa leves; o coração aumenta de volume e, consequentemente, fica menos denso e flutua suavemente. Quando as coisas dão certo com a pessoa amada, os ventos sopram fortemente e nós planamos, planamos, parecendo estarmos voando como pássaros. E assim permanecemos até a paixão acabar.
Sim, as paixões acabam. O penhasco tem um sopé e as pessoas, embora planem por alguns momentos, estão verdadeiramente caindo. Há diversos tipos de aterrissagem. Todos são dolorosos, mas há níveis. Quanto mais consciente de que haverá um fim para aquilo, menos dor será sentida. Muitos acham que não há solo, outros planam por tanto tempo que também acham que não. São os que mais se machucam. Há os casos opostos também: pessoas que só pensam no solo, no fim, e acabam não aproveitando os momentos no ar. Esse tipo sofre mais com o arrependimento do que com os machucados por si sós.
Permanecemos no chão por algum tempo, o corpo está dolorido e há escoriações em nossa pele. Após esse momento de repouso, começamos a escalar a montanha, buscando retornar ao ponto em que estávamos antes de nos apaixonarmos. Muitos pensam que voltarão a ser exatamente o que eram, mas isso nunca acontece. As cicatrizes permanecem, as lembranças também. Mas isso é bom, nada que nos ensine uma lição deve ser esquecido.
Algumas pessoas conseguem chegar ao topo rapidamente, a queda fortaleceu seus membros. Outras demoram um pouco mais, pois se apegaram àquela sensação de voo e não queriam ter aterrissado. Mas chegam lá em cima também, às vezes com ajuda de outro que também está subindo. Há ainda aqueles que, no meio da subida, apaixonam-se novamente e pulam dali mesmo. Provavelmente, são mais apaixonados pela sensação do que pela pessoa que os fez pular dali.
E assim a vida segue seu rumo. Estamos sempre caindo e nos reerguendo emocionalmente. Ninguém consegue ficar para sempre no topo do penhasco, no fim do abismo, tampouco no ar: o movimento é essencial para a nossa formação como pessoa. Se eu já pulei desse precipício? Sim, e minha queda foi bem feia. Mas aqui estou eu em cima de novo, sentada à beira da rocha, balançando minhas pernas para o abismo. Faz um tempo que eu estou aqui, já sinto impulsos de me jogar de novo. Sinceramente, entretanto, não queria me jogar. Mas esse é um ímpeto que não depende da nossa vontade.


P.S.: cof cof Oi gen... cof cof cof Tanta poeira, que é isso! Olhem o tamanho dessas teias de aranha, eu hein... Mas que dona desnaturada essa que vos fala, não é! O blog completou um ano, ela mesma fez dezoito anos e nada de postagem. Posso nem dizer que foi falta de assunto porque, além dessas já citadas, aconteceram tantas coisas no Brasil e no mundo durante esse período! Tô até com vergonha, gente, sério mesmo. Enfim, peço mil perdões por esse "hiatus" assim, sem mais nem menos. Minha vida anda meio bagunçada, é basicamente isso. Quando aparecia uma coisinha, era ínfima, daí eu só postava no Tumblr mesmo. Pra falar a verdade, esse post veio de repente, achei que ia ser um texto pequeno, mas quando eu vi, já tinha enchido uma folha de caderno haha Comparar amor com abismo é clichê, eu sei, mas espero que gostem desse texto. Bom, por hoje é só. Não prometo frequência, então até qualquer dia desses aí (: Abraços!

Nenhum comentário:

Postar um comentário