Férias! Ou nem tanto, esses vestibulares com segunda fase
acabam com a empolgação de qualquer um. Mas grande parte das minhas
preocupações foi embora, graças a Deus. Agora pergunte se a minha mente quer
descanso... Passo uns dois dias sem fazer nada e já começo a procurar artigos
na internet para ler, a perguntar minhas curiosidades para o Sr. Google e a
olhar com segundas intenções para as apostilas ali, paradinhas, com tantas
questões ainda sem serem resolvidas.
Às vezes ele acerta, às vezes não. |
Quando, nesse clima todo, surge uma polêmica que divide
tanto as opiniões, como é agora o caso do humor “politicamente incorreto” dos
comediantes Rafinha Bastos e Danilo Gentili, é food for thought. Um verdadeiro banquete, eu diria. Tenho gosto em
ver os argumentos de ambos os lados, em pensar se cada um é realmente válido e,
claro, em me posicionar, escolhendo os pontos a serem levantados em futuros
debates, cara a cara ou comentário a comentário.
Pois bem, esse caso que colocou os “limites” do humor em
evidência me chamou bastante a atenção. De um lado, os defensores dos
comediantes em questão alegando o vitimismo dos alvos das piadas, com
argumentos do tipo “foi só uma brincadeira”, “que falta de senso de humor” ou
“não gostou, fecha o vídeo/página, não assiste ao programa”. Do outro, a preocupação
com a essência do conteúdo propagado por esse tipo de humor e o questionamento
da maneira como é feito. Bom, não preciso dizer de que lado eu estou, não é
mesmo? Acredito que Gentili e Bastos ainda precisam crescer bastante na área em
que escolheram atuar, potencial eles têm.
Falando assim, até pareço uma expert no assunto. Não, de
maneira alguma, apenas aprecio bastante tudo relacionado ao entretenimento.
Mas, apontando um pouco para o lado estereotípico, sou cearense de carne, osso
e cabeça chata; nasci e cresci no grande celeiro de humoristas do país, esse
Nordeste tão castigado pela seca e tão abençoado por essa alegria genuína. De
um jeito ou de outro, as pessoas daqui convivem com o humor, faz parte do
cotidiano. E esse talento nordestino é nacionalmente reconhecido e apreciado.
Resolvi, certo dia, pesquisar se algum comediante nordestino
estava sendo processado por causa de alguma piada “politicamente incorreta”.
Queria saber se o problema realmente estava no humor em si, dito naturalmente
“ofensivo”. Sinceramente, até esperava ver vários nomes conhecidos por aqui
envolvidos com a justiça, para que a problemática estivesse numa esfera de
discussão mais profunda. Mas não. “Humoristas nordestinos processados”
apresentou pouquíssimos resultados e nenhum caso recente. O único que apareceu
foi o do Tiririca, acusado de racismo por causa de uma de suas primeiras
músicas.
Zé Modesto, personagem do humorista cearense João Neto |
Antes de prosseguir, gostaria de esclarecer que não irei
defender, justificar ou sequer me aprofundar nesse caso específico. Só digo que
o tipo de piada foi, de fato, questionável. No entanto, é válido e pontual
observar a recorrência deste no humor nordestino e no humor tipicamente
sulista. Em menos de dois anos, os dois comediantes mais badalados do momento
já colecionam processos. Em décadas de tradição, são gatos pingados as ações
contra humoristas nordestinos, como essa envolvendo Tiririca. Não nego que haja
certo bairrismo de minha parte, mas é claramente perceptível a diferença entre
os discursos, o posicionamento enquanto comediante e a qualidade das piadas por
si só.
Há algumas linhas, eu falei que Danilo e Rafinha tinham
potencial. Pois bem, na minha humilde e anônima opinião, ele seria muito bem
aproveitado se eles resolvessem aprender um pouco com o humor do Nordeste.
P.S: E aí, negada! Tudo bom com vocês? Comigo tá tudo massa. Parece que eu tô tomando jeito e postando com certa frequência, olha só! Mas não se animem muito, eu nunca sei se vai haver outro hiatus daqueles haha Negada, pense como eu relutei em postar esse texto, ó! Sério mesmo. Inicialmente, iria ser um status do Facebook, sabem? Uma frasezinha só, minha opinião ali bem breve. Mas aí a ideia foi crescendo, crescendo e virou isso aí. Primeira vez que eu posto uma coisa polêmica aqui... Na verdade, primeira vez que eu escrevo de verdade sobre uma coisa polêmica (excetuando-se as redações, claro). Fiquei com medo porque eu não sei se tá bem estruturado, não sei se falei alguma besteira, essas coisas de iniciante. Antes de postar, até mostrei pra um analista jornalista amigo meu pra ver se não tinha cometido nenhum absurdo uahsuahsuashas Enfim, espero que gostem. E quem não gostar, por favor, poderia me dizer o porquê? Queria saber onde eu errei pra não errar mais hehehe Pois valeu, gente, até depois! Um cheiro pra vocês tudim :D