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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mais uma página daquele livro chamado Vida

Se me pedissem, por acaso, para reduzir tudo a uma palavra, eis a que mais se encaixa: diferente.
Foi tudo tão diferente! Dos livros, dos filmes, dos outros, de como eu achava que era. Mas veio algo totalmente desconhecido. E marcante o suficiente para mudar conceitos e tirar a razão do comando por um momento.
Um em um milhão. Costumava assim me referir. E realmente era. Tão diferente  olha aí a palavrinha de novo; ela vai aparecer muitas vezes –  dos demais, tão incomum. A atenção não foi chamada de primeira, confesso. Havia aquela "desilusão" típica de quando se sai da infância: príncipes não existem, reforçada ainda por paixonites sem sentido do passado.
Mas quando eu realmente vi, quando eu percebi que ele era um, aquilo despontou. Sim, "aquilo". Acho que até hoje não consigo definir exatamente o que foi. Porque, mais uma vez, foi diferente.
Não havia o imediatismo dos grandes romances lidos, não havia o drama das novelas, não havia sequer certeza. Mas era tal que, de vez em quando, fazia surgir um sorriso bobo no meu rosto, sem qualquer motivo. Logo eu, a senhorita racional. Tinha tal capacidade que, pela primeira vez, eu só pensei no que o fazia feliz, esquecendo-me. Logo eu, a senhorita eu-em-primeiro-lugar. Na verdade, não me esqueci, pois a minha alegria era facilmente obtida se houvesse a dele.
"Olha, que lindo! Ela teve seu primeiro amor!", dirão os mais sentimentais ou os apenas mais experientes. Amor. Acho uma palavra tão forte... Sou totalmente leiga nesses assuntos, então ainda tenho minhas dúvidas se realmente foi isso mesmo. Será? Bom, não há pessoa mais digna de ficar marcada como primeiro amor, com toda certeza.
E se não tiver sido, que fique marcado mesmo assim. Como a coisa mais diferente que eu já senti nesses meus poucos anos.

Gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você sem pausas. Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia.
Caio Fernando Abreu

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