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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Entre humores

Férias! Ou nem tanto, esses vestibulares com segunda fase acabam com a empolgação de qualquer um. Mas grande parte das minhas preocupações foi embora, graças a Deus. Agora pergunte se a minha mente quer descanso... Passo uns dois dias sem fazer nada e já começo a procurar artigos na internet para ler, a perguntar minhas curiosidades para o Sr. Google e a olhar com segundas intenções para as apostilas ali, paradinhas, com tantas questões ainda sem serem resolvidas.
Às vezes ele acerta, às vezes não.
Quando, nesse clima todo, surge uma polêmica que divide tanto as opiniões, como é agora o caso do humor “politicamente incorreto” dos comediantes Rafinha Bastos e Danilo Gentili, é food for thought. Um verdadeiro banquete, eu diria. Tenho gosto em ver os argumentos de ambos os lados, em pensar se cada um é realmente válido e, claro, em me posicionar, escolhendo os pontos a serem levantados em futuros debates, cara a cara ou comentário a comentário.
Pois bem, esse caso que colocou os “limites” do humor em evidência me chamou bastante a atenção. De um lado, os defensores dos comediantes em questão alegando o vitimismo dos alvos das piadas, com argumentos do tipo “foi só uma brincadeira”, “que falta de senso de humor” ou “não gostou, fecha o vídeo/página, não assiste ao programa”. Do outro, a preocupação com a essência do conteúdo propagado por esse tipo de humor e o questionamento da maneira como é feito. Bom, não preciso dizer de que lado eu estou, não é mesmo? Acredito que Gentili e Bastos ainda precisam crescer bastante na área em que escolheram atuar, potencial eles têm.
Falando assim, até pareço uma expert no assunto. Não, de maneira alguma, apenas aprecio bastante tudo relacionado ao entretenimento. Mas, apontando um pouco para o lado estereotípico, sou cearense de carne, osso e cabeça chata; nasci e cresci no grande celeiro de humoristas do país, esse Nordeste tão castigado pela seca e tão abençoado por essa alegria genuína. De um jeito ou de outro, as pessoas daqui convivem com o humor, faz parte do cotidiano. E esse talento nordestino é nacionalmente reconhecido e apreciado.
Resolvi, certo dia, pesquisar se algum comediante nordestino estava sendo processado por causa de alguma piada “politicamente incorreta”. Queria saber se o problema realmente estava no humor em si, dito naturalmente “ofensivo”. Sinceramente, até esperava ver vários nomes conhecidos por aqui envolvidos com a justiça, para que a problemática estivesse numa esfera de discussão mais profunda. Mas não. “Humoristas nordestinos processados” apresentou pouquíssimos resultados e nenhum caso recente. O único que apareceu foi o do Tiririca, acusado de racismo por causa de uma de suas primeiras músicas.
Zé Modesto, personagem do humorista cearense João Neto
Antes de prosseguir, gostaria de esclarecer que não irei defender, justificar ou sequer me aprofundar nesse caso específico. Só digo que o tipo de piada foi, de fato, questionável. No entanto, é válido e pontual observar a recorrência deste no humor nordestino e no humor tipicamente sulista. Em menos de dois anos, os dois comediantes mais badalados do momento já colecionam processos. Em décadas de tradição, são gatos pingados as ações contra humoristas nordestinos, como essa envolvendo Tiririca. Não nego que haja certo bairrismo de minha parte, mas é claramente perceptível a diferença entre os discursos, o posicionamento enquanto comediante e a qualidade das piadas por si só.

Há algumas linhas, eu falei que Danilo e Rafinha tinham potencial. Pois bem, na minha humilde e anônima opinião, ele seria muito bem aproveitado se eles resolvessem aprender um pouco com o humor do Nordeste.

P.S: E aí, negada! Tudo bom com vocês? Comigo tá tudo massa. Parece que eu tô tomando jeito e postando com certa frequência, olha só! Mas não se animem muito, eu nunca sei se vai haver outro hiatus daqueles haha Negada, pense como eu relutei em postar esse texto, ó! Sério mesmo. Inicialmente, iria ser um status do Facebook, sabem? Uma frasezinha só, minha opinião ali bem breve. Mas aí a ideia foi crescendo, crescendo e virou isso aí. Primeira vez que eu posto uma coisa polêmica aqui... Na verdade, primeira vez que eu escrevo de verdade sobre uma coisa polêmica (excetuando-se as redações, claro). Fiquei com medo porque eu não sei se tá bem estruturado, não sei se falei alguma besteira, essas coisas de iniciante. Antes de postar, até mostrei pra um analista jornalista amigo meu pra ver se não tinha cometido nenhum absurdo uahsuahsuashas Enfim, espero que gostem. E quem não gostar, por favor, poderia me dizer o porquê? Queria saber onde eu errei pra não errar mais hehehe Pois valeu, gente, até depois! Um cheiro pra vocês tudim :D

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